Cria raiz em Mim, porque sem Mim nada podes fazer

testemunhoVF

De 28 de fevereiro a 1 de março pude participar no Retiro de Quaresma do JIM.

Nestes dias de retiro fomos convidados a refletir sobre o evangelho da Transfiguração de Jesus. E, mais do que refletir, fomos desafiados a realmente vivê-lo. Literalmente! Assim, no sábado de manhã pusemo-nos a caminho e subimos a um monte perto da casa dos padres combonianos em Santarém.

Do alto obtém-se outra perspectiva das coisas; do alto somos capazes de ver mais e com mais clareza. Foi também o que pude experimentar neste tempo de retiro. Já tinha ouvido muitas vezes o relato da Transfiguração mas a partilha com os outros jovens sobre a orientação da irmã Rosineide, do Padre Fernando e da Clara ajudou-me a descobrir novas questões e inquietações. Deus concedeu-me um novo olhar sobre este momento da sua vida.

Ao longo de todo o retiro fomos convidados a olhar para Cristo transfigurado, convidados a deixarmo-nos iluminar por Ele. Recordo particularmente uma imagem que esteve sempre presente na capela, nos momentos de oração e partilha, que me prendeu o olhar. Pensava: “Que belo Jesus seria estar contigo no monte”. Demorou um pouco, só foi lá, com ajuda, que me dei conta que o próprio retiro era subida ao monte. Que era tempo de graça oferecido para O olhar, mergulhar na sua luz, encontrá-Lo. Ou melhor, para me deixar encontrar. Pus-me a pensar quantas vezes por querer tudo tão controlado, tão certo à minha maneira não interrompo a Sua voz, não atrapalho a Sua vontade na minha vida, não me apercebo de que me fala, de que me pede para antes de tudo escutar. A verdade é que Deus sempre me precede, muito embora eu tantas vezes ache que tudo vem do meu esforço. O retiro foi um bom lembrete de que tudo é graça.

Já quase no final do retiro, domingo de manhã, esse mesmo cartaz foi cortado em várias partes e entregue a cada um. Individualmente refletimos sobre a que multidões somos enviados – é a passagem seguinte ao evangelho da Transfiguração. Os discípulos descem o monte com Jesus porque a sua missão não está terminada. Muito embora “seja bom estarmos aqui”, em retiro, descemos para o meio dos irmãos. Uma multidão esperava Jesus. Uma multidão continua a esperar hoje por Ele e o Senhor conta connosco para essa missão.

Para que Cristo esteja inteiro, se torne presente no mundo, cada um tem de fazer a sua parte. Cada um é chamado a diferentes multidões e que diversidade de multidões surgiu na partilha…

Fiquei com um dos pés de Cristo, o mais pequeno, junto ao qual tinha um pequeno arbusto. Até aí senti que o Senhor me interpelava à mudança, à transfiguração – faz-te ao caminho, sê humilde (recordei imediatamente o gesto de Jesus a lavar os pés aos discípulos), cria raiz em Mim, porque sem Mim nada podes fazer.

Eva Alves

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