Estás disposto a ser enviado?
Estamos em Novembro, o mês em que a preparação do Natal começa a invadir as nossas cidades e as nossas conversas. Mas neste ano de 2020, a pandemia de Covid-19 invade as nossas rotinas e parece querer apagar as luzes do Natal que se avizinha…
“Nestes tempos de pandemia, interpela-nos a pobreza de quem morre sozinho, de quem está abandonado a si mesmo, de quem perde o emprego e o salário, de quem não tem abrigo e comida.” (1) E interpela-nos também a impotência perante tudo isto. As regras de distanciamento físico levaram ao cancelamento de inúmeras atividades missionárias. Muitas iniciativas solidárias para assinalar o Dia Mundial dos Pobres (que a Igreja celebra no dia 15 de Novembro) não se vão realizar este ano. Muitos de nós sentem o desejo de fazer missão, mas sentem também que os obstáculos são maiores do que nunca.
É neste contexto que és convidado a parar para pensar: o que é a verdadeira missão? Será aquela que gostas mais de fazer? A missão onde ficas bem na fotografia? Mas se assim fosse, onde encontrarias a motivação para continuar quando as nuvens cinzentas invadem o céu?
A Igreja dá-te uma resposta diferente: a verdadeira missão é dizer «Eis-me aqui, envia-me» (Is 6, 8). Não te envias a ti próprio: é Deus quem te chama a sair de ti mesmo para “testemunhar a fé” e assim “tocar e transformar corações, mentes, corpos, sociedades e culturas em todo o lugar” (1).
Sozinhos, somos pequenos e frágeis. Quando te limitas ao teu projeto pessoal de missão, és apenas uma pequena árvore no meio de uma grande floresta… Mas quando deixas que Cristo transforme a tua vida e te colocas ao serviço da tua comunidade, a tua missão torna-se grande, ultrapassa todas as barreiras, torna-se capaz de enfrentar as dificuldades. Estás disposto a responder a este chamamento? Estás disposto a surpreender-te com os caminhos por onde Cristo te quer conduzir? Estás disposto a ser enviado?
Perante a pobreza crescente dos tempos que vivemos, a verdadeira missão é também «superar as barreiras da indiferença» (2), nunca esquecendo que a fé Cristã «é, para cada um de nós, uma responsabilidade para colocar-se ao serviço dos outros, sobretudo dos mais frágeis» (2). Estás disposto a assumir gestos concretos para aliviar o sofrimento dos pobres e dos excluídos?